Re=Iniciar | VOID VOID VOID
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Re=Iniciar | VOID VOID VOID
x05 nov 2022 | 18h00

“VOID VOID VOID” é uma construção deliberada sobre uma paisagem vazia, onde som, espaço e gesto se diluem numa só matéria, numa invocação aos grandes vazios cósmicos. Vazio como aquilo que não vemos, senão os seus contornos, senão o rasto de uma presença. Vazio como potencial lugar não rígido onde o inesperado pode tomar forma e revelar-se. Nesta performance, o espaço em torno dos performers tem uma importância acrescida. É nele onde tudo acontece, trabalhando-se na construção de um vazio cósmico, onde o nada é sempre ocupado por qualquer coisa, onde a matéria, mesmo que escura ou invisível, tem uma força energética que se transporta e nos transporta. Criando uma atmosfera imersiva e de teor especulativo, a audiência é convidada a situar-se. Não é uma apresentação no espaço, mas uma apresentação do espaço em permanente devir: fugaz e expansivo. “VOID VOID VOID” é uma performance coreográfica e sonora que funciona como dispositivo revelatório para o real e o imaginário.

Biografias:
Antonio Marotta é guitarrista e compositor dedicado principalmente à música eletrónica, à eletroacústica e à improvisação livre. Além de trabalhar a solo e com outros músicos, dedica-se também à música para performance. Estudou guitarra e improvisação jazz na Escola Popular de Música Ivan Illich e formou-se em Antropologia com uma tese em Antropologia Ecológica sobre a relação entre o homem e o meio ambiente. Em 2018, trabalhou com o Teatro Arena del Sole em Bolonha, no projeto “100 Pas Presque” do coreógrafo Taoufiq Izeddiou. No mesmo ano, trabalhou com a escola de dança Laudati Danza (Bolonha) numa residência de investigação centrada na improvisação corpo – som. Como compositor para dança e performance, destaca a peça de dança “It’s A Long Yesterday” de Carminda Soares e Maria R. Soares, apresentada no Teatro Municipal do Porto em Março de 2021; “Ensaio para um eclipse emocional” de Diogo M. Santos e Filipa Duarte, apresentado em Fevereiro de 2022 no GrETUA (Aveiro); e “Simulacro” de Carminda Soares e Margarida Montenÿ, que estreou em Junho de 2022 no Teatro Municipal do Porto.

Maria R. Soares é bailarina e coreógrafa. Da sua formação, destaca a Formação Avançada em Interpretação e Criação Coreográfica da Companhia Instável, que frequentou como bolseira, e também o programa de dança contemporânea Art Factory International, que frequentou com o apoio da Fundação GDA, através da atribuição de uma Bolsa de Qualificação e Especialização Artística. É também mestre em Teoria da Literatura e Literaturas Lusófonas pela Universidade do Minho. Como bailarina, trabalhou com Laurence Yadi e Nicolas Cantillon para a Companhia Instável, Victor Hugo Pontes, Eduardo Torroja, Lara Russo, Sarah Friedland, Marianela Boán para a CADAC, Catarina Miranda e também com Jorge Gonçalves, Joclécio Azevedo e Catarina Campos, através da companhia Ballet Contemporâneo do Norte. Na criação, destaca a peça “It’s A Long Yesterday”, em parceria com Carminda Soares, que conta com a coprodução do Teatro Municipal do Porto e da Companhia Instável. Em 2022, fez parte do programa “Reclamar Tempo” do CAMPUS Paulo Cunha e Silva (Porto), com o projeto “Sunday Afternoon”, projeto de pesquisa e investigação que propõe o desenvolvimento de uma prática artística transdisciplinar de permanente diálogo entre o espaço físico e o sonoro. Foi também artista associada do Visões Úteis em 2019/2020.

Ficha técnica:
Criação e Interpretação: Antonio Marotta e Maria R. Soares
Coprodução: Companhia Instável e Teatro Municipal do Porto
Apoio à Residência: Companhia Instável, Centro Musibéria, CRL - Central Elétrica, MIRA | Artes Performativas, CAMPUS Paulo Cunha e Silva, Teatro Rosalía Castro e Centro Coreografico Galego no contexto das Residências Paraíso organizadas pelo Coletivo RPM